SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

sábado, 28 de setembro de 2019

Verger e Carybé: entre as duas margens do Atlântico


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Uma tarde especial, percorrendo alamedas orladas com a arte da belíssima exposição “Verger e Carybé: entre as duas margens do Atlântico” no Espaço Galeria do SESI-Campinas.
Uma harmonia perfeita, entre as fotografias do antropólogo Pierre Berger e as aquarelas do artista plástico Carybé. que permite a ousadia de dizê-las indissociáveis.
Arte que, através do olhar, nos invade tão intensamente de Brasil africano que permeia de pimenta, batuque, ginga e religiosidade todos os outros sentidos.
Na saída da exposição, caminhando pela calçada, ainda embevecida pelo acervo que acabara de degustar, fui abordada por uma criança:
-Quer comprar goma?
Na mãozinha daquela menina, estendida na minha direção, havia uma pequena embalagem com balas de goma.
Antes que eu respondesse ela olhou surpresa para mim, como se só então me estivesse realmente vendo, apontou seu dedinho indicador na direção do meu rosto e perguntou:
-Você é a escritora que foi na minha escola?
Sem me dar chance de falar, excitadíssima, continuou:
-É sim! Eu me lembro de você. Foi muito da hora a sua palestra. Nós lemos o seu livro da “Mãe África”(Ndapandula Mama África-Obrigada Mãe África) com a professora. É muito lindo. Muito obrigada. Eu não lembro daquela palavra do seu livro que diz obrigada lá na sua Angola. Mas eu gostei muito de ler o livro.
Apontando o dedinho para uma casa a poucos metros de nós, continuou;
-Eu moro naquela casa ali. Minha mãe está tomando conta do meu irmãozinho que é bebê e eu vim vender bala pra ajudar ela.
Nicoly, a palavra que você não lembra é Ndapandula.
Ndapandula Nicoly, pelo seu abraço delicioso e por me fazer acreditar que vale sim a pena e é interessante para as crianças, meu trabalho de formiguinha, percorrendo escolas brasileiras, palestrando e ajudando a descortinar o Brasil africano. Disseminando com isso, uma necessária e merecida interpretação virtuosa de toda a riqueza africana que aportou no Brasil durante o período escravocrata.

domingo, 3 de dezembro de 2017

O parto da 2ª edição do Ndapandula Mama África-Obrigada Mãe África






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Surpreendentemente pesquisas recentes dizem que, para minha alegria, contrariando todos os prognósticos, teremos livros de papel por muito tempo ainda.
Depois de 6 edições de meu primeiro livro Sabor de Maboque, fui convidada para assistir o parto da 2ª edição de minha obra infantil Ndapandula Mama África.
Um momento inesquecível!

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domingo, 26 de novembro de 2017

Ndapandula Mama África-Proac I



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Com grande orgulho, emoção e muita gratidão anuncio que meu livro infantil Ndapandula Mama África-Obrigada Mãe África foi aprovado pelo PROAC-Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do estado de São Paulo.
O projeto aprovou 11 Rodas de Leitura e Brincadeiras em bibliotecas e escolas públicas de estado de São paulo.
Atenderei 1,100 crianças no total.
O primeiro dos 11 eventos foi na ultima terça feira 21/11 em Hotolândia-SP.
Obrigada Deus por tudo e por tanto !!!

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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

"Cadê o Brasil africano" na Igreja Metodista-Campinas-SP


"Cadê o Brasil africano" no Colégio Conhecer-Valinhos-SP



"No dia 19 de Outubro tivemos uma visita muito especial nas classes dos 3° anos. A autora do livro” Ndapandula Mama África”, Dulce Braga veio presentear com suaspalavras e nos contou um pouquinho sobre a África e seu livro. As crianças participaram com muita curiosidade. Em momentos assim, podemos observar a alegria das crianças em compartilhar conhecimentos."

"Cadê o Brasil africano" no café da manhã orgânico da Fazenda São José

Obrigada pelo convite Andrea e Patativa.
Um privilégio poder fazer uma palestra para um público tão especial, num lugar maravilhoso e inspirador depois de saborear o delicioso tradicional café da manhã orgânico da Fazenda São José.
Adorei!!!











segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Obrigada Escola Oziel Alves Pereira pela esperança renovada!












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Em fevereiro deste ano o bairro campineiro Parque Oziel, que já foi considerado uma das maiores ocupações da América Latina, completou 20 anos.
As casas de alvenaria, o fervilhante comércio local, as 3 creches, as mais de 30 igrejas, as farmácias, o centro de saúde, a escola pública, a água e a energia elétrica em quase todas as casas, em nada lembram aqueles anos da década de 90 quando a história política de Campinas foi fortemente marcada pelos movimentos Sem Terra e Sem Teto.
O Parque Oziel de hoje, com seus mais de 30.000 moradores, teve seus alicerces erguidos e envolvidos em muita luta e violência, que transbordou para toda a cidade a fama de bairro violento.
O simples fato de você ainda hoje pronunciar o nome do bairro “Parque Oziel”, faz estremecer muitos campineiros e foi com esse temor que algumas pessoas reagiram quando lhes disse que hoje faria duas palestras na escola “EMEF/EJA Oziel Alves Pereira” com o tema “Cadê o Brasil Africano”. O homenageado no nome do bairro e da escola, o promissor líder sem-terra Oziel Alves Pereira que morreu aos 17 anos num conflito com a Policia Militar em eldorado dos Carajás(PA), ficaria certamente orgulhoso ao visitar a escola que ostenta seu nome.
Uma escola com uma direção forte, corpo docente fantástico e empenhado com devoção de sacerdócio ao professorado, com um jornal trimestral próprio elaborado com esmero profissional, onde se pode ler e sentir a forte presença e participação dos pais e da comunidade no projeto educacional.
Uma escola pública que serve mais de 1000 refeições completas por dia, além dos lanches intermediários. Onde eu vi crianças especiais realmente incluídas, sendo acompanhadas individualmente por monitores treinados, carinhosos e atentos na sala de aula e no refeitório limpo, arejado e colorido, onde as crianças se servem individualmente em pratos de louça, copos de vidro e talheres de inox, sempre acompanhadas pelos olhares supervisores de copeiras e cozinheiras imaculadamente vestidas de branco.
Banheiros impecáveis para os alunos e para os professores e uma biblioteca que em parceria com empresa privada será inteiramente remodelada e inaugurada no próximo dia 1/12. Evento para o qual fui convidada e aceitei com muita gratidão e do qual participará toda a comunidade que envolve a escola.
O registro fotográfico permite ratificar a autenticidade do que vi e que para muitos poderá ser inacreditável apenas com minhas palavras.

PARABÉNS a todos estes professores e diretores e obrigada, muito obrigada pela esperança renovada num Brasil melhor através do único veículo de mudança e evolução em que acredito: EDUCAÇÃO

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domingo, 22 de outubro de 2017

Palestra Colégio Conhecer

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Esta semana fiz 2 palestras no Colégio Conhecer em Valinhos.
Meu livro Ndapandula Mama África-Obrigada Mãe África foi adotado pelo segundo ano consecutivo para as duas turmas do 3º ano do ensino fundamental e eu amei o convite para me apresentar ao alunos, desmistificando e aproximando a autora dos leitores mirins.
Parabéns professora Nadia Pretti e Colégio Conhecer, pois ao chegar, entre olhares curiosos, interrogativos e afirmativos fui de imediato interpelada por várias perguntas deliciosas absolutamente pertinentes com o conteúdo do livro.
Ao terminar a palestra, onde de maneira simples discorri sobre os descobrimentos,  a colonização do Brasil, a escravatura e a imensa e importante influência africana  aqui semeada pelos milhares de africanos escravizados e escravos que aqui aportaram, abri para perguntas.
A primeira pergunta veio de Lucas de 9 anos:
-Então quer dizer que tudo o que tem de bonito e bom no Brasil veio da África?

Não só mas também Lucas e obrigada, muito obrigada mesmo por me fazer acreditar que vale a pena e que estou no caminho certo!!!
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sábado, 21 de outubro de 2017

Cores de primavera



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O esplendoroso revezamento colorido dos ipês disse adeus abrindo alas para as gigantes tipuanas e sibipirunas.
Parques, ruas, rotatórias, avenidas, lagos, córregos e telhados estão cobertos pelo manto amarelo de suas delicadas flores que a chuva tardia deste ano permite desfrutar por mais tempo e intensidade.

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terça-feira, 3 de outubro de 2017

SABOR DE MABOQUE NA "REVISTA SABERES UNIVERSITÁRIOS"(UNICAMP)


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Resenha do livro Sabor de Maboque:

Titulo:
Sabor de Maboque a Magia Multifacetada de África

Resenhista: 
Edison Cardoso Lins
Funcionário de carreira na UNICAMP.
Graduado em letras pelo Instituto de Estudos da Linguagem (UNICAMP)
Mestrado em Educação pela UNISAL
Acessor na Coordenadoria Geral da Universiadde Estadual de campinas e coordenador do SIMTEC

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sábado, 15 de julho de 2017

Eta cafezinho caro!



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Convite para um cafezinho é algo que posso até adiar mas raramente rejeito.
Assim foi na ultima terça feira quando uma amiga me ligou para ir até à casa dela.
Convite inadiável e irrecusável naquele dia frio, para dois dedinhos de prosa, acompanhados de um bolo tirado do forno há poucos minutos e um café que aguardava ser coado quando eu chegasse.
Sim, coado à maneira antiga, porque ela é mineira. Naquela casa, a máquina de  café expresso é usada só de vez em quando porque, na sua opinião, além de ser muito mais caro não é tão saboroso.
O pó para o cafezinho de todos os dias vem de uma fazenda de Minas Gerais e a mistura fumegante e deliciosa é coada na mesa diretamente nas xícaras. Uma maneira tradicional, aromática, saborosa e bucolicamente charmosa de servir o café, que ela agigantou quando adicionou ao convite a alusão à ótima cozinheira Marinilza recém contratada.
Fim de tarde, dia de muito trabalho, o estomago nem se lembrava mais de ter almoçado e lá vou eu.
Minutos depois de eu chegar, minha amiga foi até à cozinha pedir que Marinilza fizesse o café e servisse o bolo.
Eu não sei se foram 15, 20 ou 30 minutos, mas tenho certeza que já era hora do café ter chegado quando minha amiga pediu licença novamente e foi à cozinha verificar o que se passava.
Poucos segundos depois quando comecei a perceber que algo errado acontecera ela voltou e disse-me:
-Dulce, não sei se será o melhor , mas acho que você vai tomar o café mais caro da sua vida.
Perante minha expressão interrogativa ela continuou:
-Marinilza não achou o recipiente com o pó de café e não teve duvida. Abriu 30 cápsulas de café nespresso  para colocar no coador.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Cadê o Brasil africano?

Palestra da escritora Dulce Braga para aproximadamente 300 alunos e 40 professores da escola municipal EMEB Professora Marina de Almeida Rinaldi Carvalho na cidade de Jundiaí/SP

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Palestra no Colégio Conhecer


O livro infantil NDAPANDULA MAMA ÁFRICA-Obrigada Mãe África, foi adotado em mais uma escola.
Na semana passada sua autora, a escritora Dulce Braga, esteve em Valinhos no Colégio Conhecer , conversando com as crianças  e autografando os livros, no encerramento do projeto de adoção da obra.



sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Livro Ndapandula Mama África em Portugal

O livro infantil NDAPANDULA MAMA ÁFRICA-Obrigada Mãe África, nas mãos carinhosas da excelente professora Ana Isabel Pires Oliveira, em Alcobaça(Portugal), sendo utilizado como instrumento de um projeto importante e muito abrangente: alimentação saudável.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Por um Brasil melhor



Um dos temas que abordo nas palestras que faço em escolas, é o respeito a todas as religiões.
No começo do ano fui convidada para participar da feira do livro de um colégio católico e a escola me pediu que fizesse 2 palestras para 2 grupos de crianças com idades entre 7 e 9 anos.  O tema como sempre foi África, Brasil colônia, escravatura, e toda a riqueza étnica e cultural com que os escravizados presentearam a nação tupiniquim.
Apesar de estar num colégio onde a religião católica é matéria curricular, não me furtei de enfatizar, a umbanda e o candomblé, como importante legado religioso dos africanos, que infelizmente ainda hoje enfrenta preconceitos.
A palestra foi relativamente longa, para a tenra idade dos ouvintes, mas surpreendentemente interativa. Questionadores, ao final da minha dissertação, tiveram que ser interrompidos pois o tempo havia esgotado completamente e pais e transportes coletivos já os aguardavam.
Após muitas fotos, autógrafos, beijos e abraços, sob o olhar atento das professoras, todos foram saindo em alegre alarido.
Encostada à mesa de apoio onde estava meu material, admirava aquele delicioso burburinho quando, senti um toque suave na parte de trás de minha perna.
Uma linda menina, com uma longa cabeleira negra muito cacheada adornada com um fita larga multicolorida, chamava minha atenção para dizer algo. O som das outras crianças ainda era alto e ela nitidamente não estava disposta a falar alto fosse o que fosse que me quisesse dizer.
Assim que me coloquei de cócoras à sua frente, com os olhinhos muito brilhantes e a voz cheia de excitação ela me disse:
-Mamãe e papai vão no terreiro de umbanda
Dizendo isto colocou o dedinho indicador sobre os lábios, me pedindo segredo, e saiu correndo para se juntar aos coleguinhas.
Obrigada linda menina, por confiar em mim!
Prometo-lhe que continuarei a dedicar algumas horas de meu escasso tempo, por um Brasil melhor onde, entre outras liberdades e respeitos, poderá bradar sua religiosidade sem constrangimento.
Só através da educação construiremos um país mais livre e justo para todos os brasileiros.




domingo, 18 de setembro de 2016

É bom saber...



É muito bom saber que existem escolas, de reforço escolar, sérias e com resultados surpreendentemente positivos  como a ENSINA MAIS !!!

Cadê o Brasil africano-III?


                 
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A lei brasileira  10639 de 2003, tornou obrigatório o ensino da história e da  cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares, do ensino fundamental ao ensino médio.
Com isso se busca a ressignificação e valorização cultural das matrizes africanas que compõem  a diversidade cultural brasileira. A abrangência da aplicação desta lei é enorme e o principal viés dela  é certamente o esboroamento do preconceito e da descriminação racial. 
Parabéns às escolas e aos professores que a cumprem !
Obrigada pelos convites para participar desse projeto através de minhas palestras intituladas: CADÊ O BRASIL AFRICANO?
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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Obrigada pela lição !

Mensagem enviada hoje, ao programa da Fátima Bernardes (Rede Globo), pelos índios da tribo Kaftéia, que gravaram com o grande ator Domingos Montagne, morto por afogamento ontem no rio São Francisco: 
“Por que estão querendo trazer a alma dele de volta? Ele nasceu de novo hoje. Ele se tornou um novo protetor do rio São Francisco, que estava tão esquecido. Porque esse rio não pode morrer. A novela contou todos os mistérios do rio e esse é mais um deles. Mas ele se tornou um ser de luz, pois a água não tira a vida, ela dá a vida. Fiquem felizes pela alma dele, pois quando ele entrou no rio se despediu do corpo e alma, nasceu em um mundo melhor. Algum dia os brancos irão entender isso. Então, temos que fazer um ritual para que os brancos entendam e sejam fortes, pois ele está bem. Ele agora é um protetor do rio São Francisco”

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Cadê o Brasil africano-II?- Escola Cristiano Volkart


A escritora Dulce Braga, brincando de descobrir a África brasileira com crianças de 8 a 10 anos da Escola Estadual Cristiano Volkart.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Voltei para casa mais calórica de físico, de alma e de conhecimento!

(foto real e autorizada pelo senhor Nicanor)

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Um domingo cinzento com garoa a refrescar o amanhecer, convidava-me a trocar a cama pelo sofá da sala de televisão.
Assim teria sido não fosse eu ter-me deitado com o firme propósito de ao levantar-me ir caminhar no parque que tanto gosto e há muitos domingos não recebia minha visita.
A intenção nem era hercúlea. Seis voltas ao redor do lago, completariam minha meta de 6 quilômetros e me permitiriam saborear sem culpa o pastel frito na hora na feirinha dominical de produtos orgânicos, onde sou freguesa habitual.
O pastel não falhou e até o saboreie com uma companhia maravilhosa mas a minha meta foi abortada no meio da segunda volta pela voz de um senhor que, sentado num banco de frente para o lago,  me perguntava:

-Filha já viu que lindo está o lago hoje com esta neblina a esconder os patos e as capivaras?

Em minha caminhada, já  havia cortado momentaneamente sua vista do lago, passando rapidamente na grama que separava, o banco onde ele se acomodara e o lago e até já tinha percebido e me deliciado com aquela imagem incomum em Campinas àquela hora da manhã, mas a doçura daquele convite, convidou-me a sentar e conversar com aquele homem de 98 anos.
Sentados num banco com o lago à nossa frente, alguns frequentadores domingueiros que como eu não se atemorizaram com as previsões meteorológicas, alguns patos, capivaras e galinhas de Angola como testemunhas, fui ouvindo extasiada 90 anos da história da cidade onde eu vivo há 40, pontilhada aqui e ali com sua experiência profissional como engenheiro químico.
Obrigada senhor Nicanor pela aula de história de Campinas e pela companhia na degustação de nossos pasteis, que foi partilhada a 3, com a chegada de sua filha que fazia sua caminhada enquanto nós conversávamos.
Voltei para casa mais calórica de físico, de alma e de conhecimento!

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Abraço inesquecível !



Há 6 anos que faço palestras relacionadas com o tema: "Cadê o Brasil africano?"
Já as proferi em livrarias, feiras de livros, clubes e escolas, muitas escolas.
Quando sou convidada para ir a escolas, falar sobre o tanto que há de África no Brasil,  fico sempre com certa apreensão quando a faixa etária que me espera é baixa. Nessas não é tarefa fácil cativar a meninada e atrair sua atenção por 90 minutos.
A avaliação das crianças é em tempo real, com absoluta sinceridade, sem margem de erro nem qualquer tipo de maquiagem.
Felizmente acúmulo algumas pérolas de emoção que inevitavelmente me deixam com a voz embargada e os olhos marejados.
Ontem assim que acabei a palestra numa escola, antes mesmo de desligar a imagem do power point,  um menino se levantou da carteira, correu na minha direção e me abraçou fortemente enquanto me dizia baixinho:
"Tia não vou deixar você ir embora"

Ps: obrigada Renata por registrar este momento inesquecível.


sábado, 27 de agosto de 2016

Rosas ou batatas ?



Ainda na adolescência li um livro que me impressionou muito e do qual guardei para sempre as imagens que fui criando ao longo da leitura. A obra, intitulada Pássaros Feridos, ambientava-se na Austrália, onde queimadas, poeira, cangurus e um delicioso romance desfilavam a cada capitulo por um lindo roseiral. Não sei se essas rosas eram tão presentes ou se meu precoce fascínio por flores lhe deu uma importância superlativa, mas há 2 anos atrás decidi ter minha própria plantação.
Ganhei as primeiras 3 mudas de uma colega de trabalho e a doação deve ter sido feita com muito amor, pois pegaram e floresceram rapidamente. A generosa doadora, também me ensinou a podar e a fazer novas mudas, com as hastes que sairiam da poda.
Há cerca de 3 meses atrás recebi também dela um vídeo que circula na internet, com uma incrível e estimulante aula sobre como usar batatas para plantar roseiras. Em resumo enfia-se a haste que sobra da poda numa batata e planta-se essa batata hasteada numa mistura básica de terra. Simples assim!
Dias depois, ao chegar a casa, encontrei-me com Tião meu jardineiro e em conversa com ele sobre algumas mudanças que faríamos no jardim, peguei o celular e mostrei-lhe animadíssima o vídeo incrivelmente didático, que nos levaria a proliferar o roseiral.
Incrédulo, mas humilde diante de minha excitação, aceitou o desafio.
Na última quarta-feira ele me esperava com um sorriso maroto no portão do jardim:
-Bom dia Dona Dulce
-Bom dia Tião. Aconteceu alguma coisa?
-Dona Dulce, roseiras novas não sei se a senhora vai ter, mas batatas vai ter muitas.
-Batatas Tião? Como assim?
Segui-o até ao jardim para ele me mostrar uma fileira de hastes de roseiras ainda sem qualquer broto, mas circundadas em seus pés por pujante rama de batata.
Minhas gargalhadas diante daquela imagem deixaram-no à vontade para conjecturar:
-Dona Dulce, será que vai dar batata com cheiro de rosa?


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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Cadê o Brasil africano?- Escola Cristiano Volkart


Deliciosamente envolvida por aproximadamente 60 crianças, de 6 e 7 anos, brincando de descobrir a África brasileira

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cadê o Brasil africano?-Livraria da Vila

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E foi assim no dia 24/07/2016, no evento da Livraria da Vila, quando brincámos de descobrir um pouco do tanto que há de África no Brasil

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domingo, 10 de julho de 2016

Cadê o Brasil africano-colégio Pio XII?

Cadê o Brasil africano que tantos anos, fiquei sem o perceber e tão pertinho de mim estava todos os dias neste país continental?
Forte, alegre, colorida, sonora, étnica, saborosa, mistica e cultural, África pulsa forte em terras tupiniquins.
Em 2010, quando terminei de escrever o livro Sabor de Maboque, senti um grande alivio, uma verdadeira catarse, um expurgo de muitas mágoas e perdas. Foi a cura da alma.
Um marco na minha vida que me fazia prever um período de calmaria para meu espirito inquieto. 
Não foi assim.
O Sabor de Maboque trouxe a impressa, os amigos queridos da infância e adolescência de Angola  há tanto tempo ausentes fisicamente, o carinho imenso de incontáveis leitores conhecidos e desconhecidos, inúmeros autógrafos em lançamentos nacionais e internacionais do livro, adoções em escolas e palestras, muitas palestras para crianças e adolescentes.
Foi para me preparar para estas palestras que mergulhei em pesquisas sobre a África brasileira e ao descobri-la tão forte, bonita e importante, impulsionou o parto de mais um livro, o infantil: Ndapandula Mama África-Obrigada Mãe África".
Um tributo de gratidão por tudo o que África presenteou ao Brasil, e daí o "Obrigada" no titulo, apesar da escravatura ter sido o veiculo para tal.
Assim começou um novo ciclo de minha vida.
Hoje entremeio meu trabalho como empresária no ramo de confecções com palestras em escolas onde ajudo crianças e adolescentes a responderem a pergunta: Cadê o Brasil africano?
E quando me perguntam o  porquê deste meu empenho, a resposta é simples: não dá para entender o Brasil sem conhecer toda  essa influencia e só há uma maneira de esboroar o racismo que é dando o merecido valor a toda a contribuição  dos escravos e escravizados na formação e desenvolvimento deste enorme país.